Na trilha sonora do vento

Geógrafa e bailarina, Lorena Freitas leva um pouco de sua vivência aos seus estudos e sua arte (FOTO: Gabriela Isaias)
Era fevereiro, num Rio de Janeiro pré-Carnaval, quando as fotos que ilustram essa entrevista foram feitas. Na zona portuária da cidade, aos pés do Museu do Amanhã, Lorena se encontrava com sua própria essência, como ela mesma diz, ao fazer o que mais gosta: dançar. Só que a trilha sonora era o vento que corria pela Guanabara e o cenário, um pôr do sol que coloriu de laranja todo o azul do céu.

Morando com o irmão na Lapa há pouco mais de um ano, a bailarina, formada em Geografia pela UFRJ, se divide entre as aulas de doutorado, as matérias escritas para a revista Woo! e as aulas de circo e natação. Nesse bate-papo a carioca falou sobre dança, a segregação social existente na cidade em que mora e a importância da apropriação de espaços pra quem, como ela, é do subúrbio.

Quando a mina periférica ocupa seu lugar

Aos 23 anos, Raissa Santos se divide entre a zona sul do Rio de Janeiro e a Baixada carioca (FOTO: Gabriela Isaias)
Ela sai de casa às 5 horas da manhã e volta às 10 da noite. Às vezes nem volta. É que nem sempre tem ônibus pra Baixada Fluminense quando já é tarde da noite e Raissa acaba precisando dormir na casa de amigos. Aos 23 anos ela se divide entre lugares de classe A e B na zona sul carioca e a realidade de São João Meriti, perto de três favelas da região.

Após passar bastante tempo longe do Rio de Janeiro, a jovem publicitária voltou à cidade no início de 2012 para estudar na UFRJ. De lá pra cá entrou em contato o feminismo, passou por um processo de transição capilar, trabalhou com moda e descobriu os bastidores da publicidade do Brasil. Nessa entrevista, Raissa Santos compartilhou um pouquinho de suas raízes, falou sobre seu estilo e conversou sobre a necessidade de pessoas plurais dentro das agências publicitárias.

Como manda o mapa astral

Apaixonada por Arquitetura e Decoração, Thayná está na reta final do curso de Design de Interiores (FOTO: Gabriela Isaias)
Com a mesma intensidade que pode ser sensível, Thayná pode ser impetuosa. Ela mesma diz ser um monstrinho, como manda seu signo, Áries, mas calma na medida certa graças ao seu ascendente e lua em Peixes. É que Thayná adora signos e credita ao mapa astral sua emoção à flor da pele, personalidade forte e uma boa dose de timidez. Essa dualidade está presente até mesmo no dia em que ela nasceu: “era 13 de abril, uma sexta-feira santa, mas ainda assim uma sexta-feira 13!”, diverte-se.

Há pouco mais de dois anos Thayná Britto recebeu uma notícia que mudou toda a sua relação consigo mesma: um problema sério de saúde fez com que a designer enxergasse a vida com olhos totalmente diferentes. Hoje, praticamente curada, a jovem carioca de 26 anos aprendeu o significado de amor próprio e se aprofunda cada vez mais no feminismo interseccional. Nessa entrevista Thayná conta um pouco sobre sua vida, curiosidades e sua postura feminista enquanto mulher negra.

Quando tudo se iluminou

Na reta final do curso de Rádio e Tv, Mariana prepara um documentário como conclusão de curso (FOTO: Gabriela Isaias)
Foi num dia cinza e nublado que tudo se iluminou. A previsão dizia que chuva, chuva mesmo, só no fim da tarde. Mas a meteorologia errou e logo de manhã o tempo já tinha virado. A tarde era úmida, o mar estava agitado e o vento era tão forte que até as gaivotas tinham dificuldade de levantar voo. Foi quando apareceram aqueles cachinhos cor de fogo e uma expressão preocupada se desculpando pelo pequeno atraso.

Mariana tem os olhos apertadinhos, um sotaque maranhense tímido e divide seu tempo entre o término da faculdade de Rádio e Tv, na UFRJ, a fotografia, seu canal no Youtube e a paixão entre escrita, música e cinema. Nessa entrevista Mari Parga fala sobre sua vida simples lá no Maranhão, as dificuldades enfrentadas por quem mora na residência estudantil e a importância da transição capilar em seu processo de auto-descoberta.

A cura no fundo do mar

Cursando o terceiro ano de Medicina, Phercyles também é vinculada à várias pesquisas da UFRJ (FOTO: Gabriela Isaias)
Phercyles vem de Pérside, uma mulher cristã cheia de fé citada em uma das cartas de Paulo, na Bíblia. Pérside vem do grego Persida, que pode significar “aquela que veio da Pérsia” ou perseverança e dedicação. E não é difícil perceber que entre o par de olhos verde água de Phercyles Veiga há a inteligência e concentração que lhe renderam inúmeros diplomas na área biológica. São dois pós-doutorados, além do mestrado, doutorado e a segunda graduação a caminho. É que depois de se formar e especializar em Farmácia, a garota de Campo Mourão decidiu realizar um sonho antigo: fazer Medicina.

Morando no Rio de Janeiro há sete anos, Phercyles mantém a voz doce e a vontade de aprender coisas novas que lhe levou à equitação, natação e aulas de piano. Apaixonada por pesquisas na área da saúde, ela já foi à Grécia estudar algas locais para tratar a doença de Chagas e hoje atua como pesquisadora em diversas frentes biológicas. Calma, discreta e com riso fácil, Pher (como é chamada pelos amigos) compartilhou um pouquinho da sua história nesta entrevista.


De temperos se faz Cuba

No Brasil há quatro anos, a cubana Dania González diz ainda se surpreender com a cultura do país (FOTO: Gabriela Isaias)
Em Encrucijada, cidadezinha cubana que faz parte de Villa Clara, Dania nasceu. Era uma madrugada quente e úmida de janeiro quando sua mãe deu a luz àquele bebê gordinho que tinha uma pintinha no canto direito da boca. A casa iluminada e repleta de plantas na varanda vivia de janelas abertas. É que a mãe de Dania diz que "abrir as janelas de casa faz entrar a graça de Deus".

Foi em uma tarde do mesmo mês em que ela nasceu, anos depois, que Dania González posou para as fotos que ilustram essa entrevista. Em seu português fluente, mas carregado de sotaque espanhol, ela contou sobre sua relação com a culinária, a importância das mulheres no esporte em Cuba e a decisão de vir para o Brasil aprofundar seus estudos em Matemática.

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